“A segurança cibernética não tem fronteiras”

17/04/2013

Marco Obiso
O coordenador de cibersegurança da União Internacional de Telecomunicações (UIT), Marco Obiso, considerou que a Internet não foi projetada para levar em conta os desafios relacionados à segurança e por isso é imperativo melhorar a cooperação internacional para enfrentar os desafios nesta área.

Obiso acredita que a falta de normativas nacionais e internacionais conspira contra as possibilidades de lidar de forma eficaz com os problemas mais comuns em segurança informática no mundo todo.

Em diálogo com Lacnic News, Marco estimou que deve ser atingido  um equilíbrio entre segurança e privacidade para continuar favorecendo o desenvolvimento de uma Internet estável.

Quais considera você os problemas mais comuns de segurança informática tanto a nível global quanto regional?

São vários os problemas que devemos superar. Faltam ordenamentos jurídicos nacionais e regionais adequados e aplicativos compatíveis para enfrentar os principais desafios de segurança informática. Além disso, falta software seguro e de estruturas organizacionais nacionais e globais apropriadas.

Outro ponto fraco são os recursos humanos porque faltam profissionais em segurança informática bem como um melhor desenvolvimento de competências dentro dos governos. Assim mesmo, a falta de conhecimentos básicos entre os usuários transforma-se em outro problema.

Finalmente deve ser melhorada a cooperação internacional entre os especialistas do setor, autoridades policiais, reguladores, academia e as organizações internacionais para encarar um desafio que é global.

As perdas provocadas pelos incidentes de segurança informática na América Latina podem ser quantificadas?

Não há dados harmonizados no momento, mas várias empresas de segurança podem dar um valor de acordo com a sua própria análise sobre a base de seus produtos e seus sensores.

Que importância tem para você a colaboração entre os atores, públicos e privados, nacionais e internacionais, para mitigar os incidentes de segurança na América Latina e o Caribe?

É fundamental. A cooperação deve permear todas as atividades relacionadas à segurança cibernética, porque a natureza da matéria é multidimensional e sem fronteiras.

A Internet vai ter cada vez mais incidência na vida das pessoas. Quais são os desafios para melhorar a segurança na Internet e, ao mesmo tempo, melhorar o exercício dos direitos das pessoas na Internet?

Temos de encontrar o equilíbrio certo entre segurança e privacidade. A Internet não foi desenhada para levar em conta os desafios relacionados com a segurança. Portanto, devemos ser mais incisivos nesse assunto, em vez de colocar um remendo cada vez que há um problema. Nesse sentido, a cooperação global é um dos aspectos chave.

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