“As universidades devemos promover o IPv6”

27/06/2019

“As universidades devemos promover o IPv6”

A equipe da Universidade Autônoma de Querétaro do México, vencedora da quinta edição do Desafio IPv6 de LACNIC, levou o desafio além do que propunha a concorrência ideada pela área I+D de LACNIC.

Desde o dia em que decidiram participar do concurso, montaram um laboratório, colocaram em andamento a 100% e adicionaram um plano de implementação do IPv6 em todos os seus serviços, implementando o protocolo em mais de 20 Campus Universitários, na rede WiFi e na rede com fio da Universidade, atingindo mais de 27000 usuários on-line.

O líder da equipe vencedora, Anselmo Ulises Bajonero Corona, destacou o trabalho de coordenação que envolveu a participação no Desafio IPv6 e salientou o papel da Universidade como disseminadora de conhecimento, neste caso do protocolo IPv6. Ele disse que o impulso para implementar o IPv6 na América Latina e o Caribe deve ser articulado desde a academia.

O que os levou a participar do Desafio IPv6? Era sua primeira participação neste desafio?

A razão pela qual participamos do desafio foi precisamente o desafio que representava. Sabemos que, como universidade, podemos e devemos impulsionar todas as atividades que visam promover atividades que deixam conhecimento. Sabemos que ainda existem muitas deficiências na implementação do IPv6 e acreditamos que as universidades devemos ser as que impulsionemos este protocolo.

Que coisas você salientaria do processo de participação neste desafio promovido por LACNIC?

Ele deixou muitas coisas. Uma aprendizagem organizada, estruturada e planejada; a organização em equipe e coordenação efetiva entre todos os membros do projeto, porque todas as áreas de TICs devem ser coordenadas como um relógio. Acrescentaria a capacidade da equipe de saber que as coisas podem ser alcançadas, a comunicação eficaz e a identificação de áreas de oportunidade.

 Qual foi a iniciativa pela que foram premiados? Como é composta a equipe de trabalho? E que resultados alcançaram ao longo deste processo?

Consideramos que ter ido além do que as bases do Desafio colocavam foi decisivo para o júri. Esse reconhecimento é uma semente que leva a continuar impulsionando o projeto.

 A equipe de trabalho é composta por 18 pessoas, do líder do projeto, desde a líder do projeto, pessoal administrativo (engenheiros) e bolsistas (alunos da nossa própria universidade e estudantes de outras universidades). 

Este processo nos deixa com o compromisso de apoiar outras instituições a seguirem os nossos passos e impulsionarem o IPv6.

Em sua decisão, o júri observou que a Universidade de Querétaro alcançou avanços na implementação do IPv6 em várias localidades, além de um plano de endereçamento IPv6. Você poderia detalhar? 

 Quando nós vimos o convite, decidimos, como equipe, ir além do que era solicitado, não apenas deixá-lo em uma experiência inicial.  Levamos para a prática 100%. Desenvolvemos um plano de implementação do IPv6 em todos os nossos serviços, levamos a implementação do IPv6 para mais de 20 campus, implementamos o IPv6 na rede Wi-Fi e rede cabeada (mais de 27000 usuários on-line), implementamos o protocolo em serviços básicos como DNS, DHCP, FIREWALL, SERVIDORES VIRTUALIZADOS. Também pedimos essa implementação com o ISP.

Quais são as principais dificuldades – administrativas e técnicas – que vocês enfrentaram para implementar o IPv6 na sua organização?

 Uma das dificuldades principais teve a ver com os equipamentos.  Se a sua tecnologia não suporta IPv6, é necessário comprar ou trocar equipamentos, o que é difícil.

Outra dificuldade foi o diálogo com o ISP para a implementação do IPv6 sobre nossos links, o motivo, consideramos que não têm implementação do protocolo em seus roteadores e dificulta que um cliente solicite e exija o serviço. Também poderíamos mencionar o tempo que tínhamos para cumprir os objetivos definidos.

Você acha que no México e na América Latina existe uma consciência real do esgotamento dos endereços IPv4 e da necessidade de recorrer ao IPv6 para fazer manter o crescimento da Internet e conectar os não-conectados?

 Não, acho não. Inclusive conversando com outros estudantes universitários de outras instituições no México, vemos que eles não o consideram um tópico de muito interesse, veem isso como uma necessidade muito distante.

É fundamental, primeiro, aumentar a conscientização entre os responsáveis pelas TICs, de modo que eles, por sua vez, sejam quem comuniquem aos usuários as necessidades de mudança e, com ela, possíveis melhorias nos serviços.

 

 

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