O dia a dia de um operador de rede

18/10/2021

O dia a dia de um operador de rede

LACNOG apresentou no evento LACNIC 36 LACNOG 2021 um painel intitulado “O dia a dia de um operador de rede”, onde os operadores da região compartilharam experiências cotidianas e apresentaram problemas reais, as soluções aplicadas e a aprendizagem obtida nos processos.

Moderado por Tomás Lynch, os operadores Jaime Olmos – do Centro de Operações de Rede e de Segurança da Informação nas Telecomunicações da Universidade de Guadalajara –  e Christian Cojitambo Terán – engenheiro de Projetos em um ISP de serviços fixos do Equador –  deram a sua visão “na trincheira”, segundo palavras do moderador do painel.

 “Quase sempre os problemas são os mesmos em uma rede grande ou pequena e as soluções sempre são parecidas. A ideia é achar pontos em comum”, acrescentou Lynch.

O caso equatoriano. Cojitambo Terán falou sobre o processo de solução a um problema de comunicação que teve o ISP onde ele trabalha, durante a implementação do serviço massivo de Internet. Trata-se de um piloto (até chegar ao roteador) que complementava a comunicação. Contávamos com dois servidores, e um deles lidava com a autenticação dos usuários”, contou o engenheiro equatoriano.

No processo foi detectado que o cliente não tinha Internet. Após a análise do problema detectou-se que o roteador enviava o pacote ao servidor com opção a 82 totalmente fora de formato. “Tivemos duas soluções, uma global e uma parcial. A global consistia em solicitar ao fabricante que desenvolvesse um remendo para aplicar e corrigir o comportamento do roteador. Isto acarretava um tempo de desenvolvimento, portanto tivemos que aplicar uma solução parcial, que foi pedir aos encarregados dos servidores que pensassem na possibilidade de oferecer outro servidor para usá-lo enquanto o fabricante desenvolvia a solução”, disse Cojitambo Terán. Após o desenvolvimento e a instalação do remendo, verificou-se que o comportamento do roteador tinha melhorado. 

Ataque massivo. Por sua vez Olmos de la Cruz contou que em dezembro do ano passado receberam nos serviços da Universidade de Guadalajara um ataque massivo de denegação orientado a determinados serviços. “Começamos a receber incidentes de que não conseguiam acessar as páginas da Internet da Universidade, nem os serviços como correios e bases de dados, e isso nos fez despertar”, sinalizou Olmos.

 “O problema não eram os equipamentos, mas sim os ataques que já não cabiam, vindos particularmente da Europa e da China”, acrescentou.

O ataque resultou de uma magnitude nunca antes vivida pela Universidade e perante a pouca experiência para achar a solução, acabaram sacrificando um dos ISP através do BGP, identificando o prefixo IPv4 que estava sendo alvo deste ataque, desta forma conseguiram detê-lo.

Jorge Villa, do LACNOG, destacou as experiências compartilhadas por ambos os operadores, uma vez que ajuda os outros a conhecer o que pode acontecer dentro de uma operação. “As operações são serviços variados, fixos, móveis, qualquer vivência de outro operador vai nos ajudar muito. Neste caso é a primeira participação neste tipo de eventos, o que resulta vantajoso para aprender das vivências de outros”, afirmou Villa.

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