IPv6: O início de uma nova era da Internet

01/02/2011

IPv6: O início de uma nova era da Internet

A entrega dos últimos cinco blocos disponíveis no estoque central do IPv4 tem marcado o início de uma nova etapa na história da Internet: a era do protocolo IPv6. A mudança de tecnologia vai possibilitar um crescimento ilimitado da Rede, sobre um protocolo muito mais avançado e amplo, com possibilidades ilimitadas de conexão e desenvolvimento. Para isso, a região toda deve acompanhar esse processo irreversível de mudança tecnológica.

Na região da América Latina e o Caribe, o trabalho do LACNIC e a participação da comunidade gerando políticas apropriadas, tem permitido dispor, durante um tempo prudencial, de endereços do protocolo atual (IPv4), como para garantir uma adequada transição para a nova versão da Internet (IPv6). As previsões mostram que o LACNIC tem suficiente quantidade de endereços para satisfazer a procura dos próximos dois anos.

Raúl Echeberría recebe simbolicamente o último bloco /8 para a região de América Latina e o caribe

Apesar disso, o LACNIC urge a todos os operadores, prestadores de serviço e provedores de conteúdo para que tornem efetivo o desdobramento do IPv6 o mais rápido possível. Os governos podem ajudar fazendo o mesmo com seus próprios serviços e estabelecendo políticas que promovam esse desdobramento.

“O futuro da Internet está no IPv6. Já não poderemos mais solicitar endereços, devendo usar o estoque regional. A partir de agora, todos os atores da Internet devem tomar medidas definitivas para desdobrar IPv6”, afirma Raúl Echeberría, Diretor Executivo do LACNIC e Chair do NRO em 2011.

IPv6 é a nova geração do protocolo da Internet e é fundamental para que a Internet continue crescendo nas próximas décadas. Entre muitas outras coisas, este protocolo determina o número total de endereços IP que podem existir. O desenvolvimento explosivo da Internet gerou uma grande demanda dos blocos disponíveis de endereços IP – um número único designado para cada dispositivo informático conectado à Internet- o que obrigou a criar um novo protocolo para permitir a expansão da Rede.

O sistema mais usado hoje, IPv4, tem um número finito de endereços IP, com pouco mais de 4 bilhões de combinações possíveis, que hoje têm se esgotado no estoque central e apenas restam os endereços resguardados pelos registros regionais para designar a seus usuários finais. Para substituir essa versão 4 do protocolo, foi ideado o IPv6, uma plataforma muito mais avançada e ampla, com maiores possibilidades.

Não é o fim da Internet, simplesmente o salto tecnológico mais importante desde sua criação, afirma Oscar Messano, Presidente do LACNIC, quem considera que a mudança é uma tarefa enorme e ao mesmo tempo essencial para garantir o futuro de uma Internet aberta e forte para as décadas vindouras. “Os operadores que não o fizerem correm o risco de limitar o crescimento do seu negócio”, advertiu Echeberría.

Desde sua criação, o LACNIC tem proporcionado informações, capacitado especialistas e promovido ações para que sejam tomadas as medidas a nível público e privado para atingir uma adoção efetiva do protocolo IPv6 na região. A disponibilidade atual de recursos IPv4 permite ao LACNIC aprofundar neste trabalho com operadores, governos, empresas e usuários da região para adotar, sem sobressaltos, o novo protocolo da Internet.

Durante  2011 o LACNIC vai trabalhar bem perto dos seus associados para identificar suas necessidades e as áreas nas que possa colaborar para acelerar o desdobramento do IPv6. Ao mesmo tempo, vai continuar realizando oficinas teóricas e práticas e vai implementar seminários virtuais acerca de assuntos específicos sobre o IPv6. Também está previsto incrementar as medições sobre o uso do IPv6 na região.

A América Latina e o  Caribe foram preparados da melhor forma possível para superar este desafio global. Se não existisse o LACNIC, com certeza a situação de hoje para esta região seria bem diferente. “Se o mundo todo fizer o que tem que fazer- disse o CEO do LACNIC- o usuário não tem por que conhecer nem sofrer as conseqüências desse salto tecnológico”.