Pontos de troca de tráfego mais fortes

22/12/2016

Pontos de troca de tráfego mais fortes

O Programa de Segurança e Estabilidade da Internet de LACNIC realizou neste ano oficinas, palestras técnicas e tutoriais em pelo menos sete países da região a fim de contribuir no fortalecimento dos pontos de troca de tráfego (IXP) da América Latina e o Caribe.

Foram concretizadas oficinas nos IXP da Bolívia, Honduras e Belize; oficinas de interconexão e peering no Panamá, Cuba e Costa Rica; e palestras técnicas para operadores no Panamá, Cuba, Bolívia e Argentina. Participaram dessas atividades cerca de 480 profissionais da região.

Como parte da estratégia para uma rede mais estável, resiliente e segura, LACNIC promove a interconexão local e regional, contribuindo para o desenvolvimento de uma melhor Internet nos países da América Latina e o Caribe, afirmou Guillermo Cicileo, coordenador de Segurança e Estabilidade da Internet de LACNIC.

Este programa de LACNIC procura consolidar os IXP existentes e fortalecer os que estão surgindo através de oficinas técnicas, apoio com infraestrutura e modelos de organização e funcionamento, desenvolvimento do programa +RAIZES e implementação do RPKI e IPv6, entre outras iniciativas.

Cicileo apontou que “os aspectos de segurança e estabilidade tem uma forte inter-relação e não podem ser separados na hora de promover uma Internet segura e estável como fator chave para o desenvolvimento social e econômico da região”. Por isso, afirmou o especialista, LACNIC trabalha de forma coordenada a nível regional e global na proteção da infraestrutura crítica da Internet, principalmente nas questões relacionadas com a segurança e estabilidade do roteamento inter-domínio.

O crescimento da Internet previsto para os próximos anos, bem como o aumento do tráfego que irão gerar os novos dispositivos conectados a Internet das Coisas, vai levar a “uma maior localidade do tráfego e uma maior interconexão dos operadores, a fim de melhorar as características das conexões: tanto na largura de banda e estabilidade, quanto na latência e jitter”, afirmou Cicileo.

A troca de tráfego de forma local também pode contribuir a mitigar muitos dos problemas relacionados com o roteamento global e inclusive evitar ataques de DDoS que acontecem nos enlaces de trânsito.

Segundo o especialista de LACNIC, a tendência aponta que nos países mais evoluídos o tráfego da Internet tende a ser principalmente local (>70%) e apenas uma porção é encaminhado através dos enlaces de trânsito. “Isto leva a uma melhor qualidade da Internet em cada país e um desenvolvimento do conteúdo próprio hospedado localmente”, garantiu ele.

Disse que se deve trabalhar duro na região, porque embora tenha aumentado o número de pontos de troca de tráfego, essa quantidade “ainda é insuficiente e em muitos países os operadores não estão interconectados”. Acontece inclusive em países onde sim existem IXP, “o tráfego não é roteado através deles e se continua realizando a interconexão através de outros países, principalmente dos Estados Unidos”.